domingo, 15 de março de 2009

Pequenas notáveis

De acordo com uma crença popular, borboleta quando voa perto de alguém, é sinal de surpresa para aquela pessoa. Estudando um pouco mais sobre a vida das borboletas e o seu ciclo de vida completo, podemos dizer que esta crença faz sentido, uma vez que, a própria borboleta é uma surpresa, pois ela vem de crisálidas impossíveis de descobrir o que sairá de lá de dentro.

Muitas borboletas são confundidas com mariposas, mas, alguns aspectos as diferenciam muito, como por exemplo, o fato de as borboletas repousarem com as asas dispostas para cima enquanto que as mariposas fazem o mesmo com as asas coladas ao corpo. Ou até mesmo, o simples fato de as borboletas possuírem hábitos diurnos e as mariposas, noturnos.

O ciclo de vida de uma borboleta é até hoje um dos fenômenos da natureza mais estudados no mundo todo, pois é uma transformação profunda que exige muito cuidado e precisão na hora das escolhas.

Uma vez que a borboleta ao se preparar para desovar os seus ovos – após o acasalamento que dura cerca de uma hora – precisa usar a sensibilidade de suas patas para sentir o sabor das folhas que farão parte do cardápio exclusivo das futuras larvas, pode-se afirmar que uma borboleta por si só, já é mais do que delicada e sensível como os olhos da maioria das pessoas observam, ela também conta com um critério de escolha muito meticuloso.

O inseto conhecido popularmente como larva, é o estágio seguinte do processo do ciclo da transformação de uma borboleta. Ao estar preparada para deixar o ovo em que se encontra desde o momento da fecundação, a larva come a casca do mesmo, para que assim possa preparar uma espécie de “novo ninho” em alguma folha e começar a comer a parte vegetal do lugar onde está instalada. É assim a vida do lepidóptero (borboleta) na sua forma larval, ela se alimenta durante todo o dia – ou noite – uma vez que precisa criar uma espécie de abastecimento para a sua próxima forma de vida, a crisálida.

O chamado casulo nada mais é do que o lugar onde se encontra a borboleta na sua mais profunda fase de metamorfose. É dentro desta “capa protetora” feita de fios de seda que ela passa de uma larva para uma borboleta adulta.

Já na sua fase adulta – após quebrar o casulo em que se encontrava e aguardar cerca de horas para poder adequar as suas asas ao voo – a borboleta já é alvo de espécies de machos que estão a procura de uma fêmea para o acasalamento, e aí, todo o ciclo é repetido.
O Brasil, por ser um país grande e tropical, abriga uma variedade de borboletas muito grande. Entre elas, podemos citar:


Hesperiídeos Licenídeos Nimphalídeos Papillionídeos Pierídeos

São mais de 24.000 espécies de borboletas existentes no mundo todo. Das menores para as maiores, das mais coloridas para as menos vistosas. Porém, o uso de pesticidas, inseticidas e fertilizantes na agricultura, está contribuindo para o desaparecimento de tais espécies, sem contar as inúmeras que ainda nem foram descobertas, e talvez, nem serão.

As asas de uma borboleta são constituídas somente de escamas, que, ao serem tocadas, se desfazem em forma de pó. Com isso, pode-se condenar uma borboleta a não mais voar, sem conseguir assim, cumprir o seu ciclo de vida vital.

A imagem que temos de uma borboleta ser um inseto extremamente delicado, é a mais pura verdade. Afinal, quem é que não abre um sorriso ao se deparar com um jardim repleto de seres voadores e coloridos?

Por serem seres pequenos e, que para a maioria das pessoas, só dão mais beleza para os demais objetos ou lugares, é preciso saber que elas são seres bioindicadores, e contribuem para que a vida no planeta seja sempre mais saudável.

Por isso dizem “... que algo tão pequeno como o bater de asas de uma borboleta pode causar um tufão do outro lado do mundo”.

domingo, 8 de março de 2009

A música em dois planos

“O público brasileiro é mais animado, cai na folia pra valer. Enquanto que o americano é mais exigente com a qualidade”.

Esta é a definição de Ricardo Palma – músico e produtor musical campineiro que mora nos Estados Unidos há pouco mais de 10 anos – para o público que ele vê dos palcos, seu lugar desde sempre.

Com 11 anos de idade, tocou o seu primeiro violão, e, desde então, não parou mais.

Com uma média de 15 shows por mês e trabalhos como produtor musical todos os dias, ele diz que acha engraçado quando as pessoas que não trabalham com arte criticam quem o faz, e acabam questionando-o quando é que ele vai arranjar um emprego, sendo que na verdade, Ricardo “vive da música”, e na maioria das vezes, vive melhor do que quem trabalha com o que não gosta.

Quando questionado em como se sente fazendo parte da vida de outros músicos, como seu produtor, Ricardo diz que “O compromisso de influenciar no trabalho e criação de outra pessoa me traz muita tensão pela responsabilidade, e depois que o trabalho está pronto, a sensação é de honra pela oportunidade. Acho que essa é uma postura que enriquece o trabalho. Sempre com respeito!”


Acostumado a viver em um país norte-americano, ele não critica a questão da pirataria no Brasil. Diz que é uma coisa necessária quando comparamos o preço de um CD verdadeiro com o salário médio do brasileiro.
Ligado na tecnologia, ele alerta os artistas que já existem meios de divulgação de trabalho sem pirataria, a internet, é um deles. Ricardo acredita que a pirataria ajuda a divulgar o trabalho do artista, a fazer o mesmo ser amado por um público fiel, que mesmo tendo em mãos um material com pouca qualidade – como é o caso do CD pirata – não deixa de admirar o seu ídolo e conhecer as músicas do mesmo, não somente as que estão nas paradas de sucesso.

Ricardo já tocou com os mais variados tipos de bandas desde que se mudou para o exterior, porém, não deixa de esconder que a sua paixão por música e a sua inspiração para fazer música, vem do rock da pesada, com bandas como Metallica, Peter Gabriel e Dream Theater.

Ricardo acredita que competência, humildade, carisma e dedicação, são ingredientes básicos para as pessoas que querem um dia alcançar o reconhecimento do público e poder “viver da música”. Diz ainda, que se cada artista fizer a sua parte quando está dentro de uma banda iniciante, e realmente se importar com os seus objetos de trabalho e com a imagem que estão passando para um possível produtor que esteja “de olho” na banda, esse artista irá se destacar dentre os outros.

Na hora de dar um conselho para as pessoas que tem como objetivo de vida a música, Ricardo não hesita e diz “Seja o melhor que você pode ser sempre”!

domingo, 1 de março de 2009

Como saber?

Eu me lembro como se fosse ontem, quando aquele homem alto, com barba preta, uns 30 anos de idade e aparência tristonha entrou na sala da minha casa alegando ser o dono da caixinha cheia de dinheiro que encontrei há poucos dias na esquina de uma rua vazia, enquanto caminhava em direção ao trabalho.

Ele me disse que viera de um lugar pobre, aonde os insetos faziam sempre as honras da casa e as pessoas, eram ingênuas de um jeito raro de se encontrar hoje em dia.
Me disse também, que sua mãe precisava de dinheiro para poder mudar todas as coisas ruins que predominavam na vida dela, sem citar quais coisas eram essas. Sua família era miserável, ignorante e também vivia naquele lugar, de onde ele viera.

Ele alegou ser iletrado, incapaz de assinar sequer o seu próprio nome... Mas não me disse sobre a origem daquele tanto de dinheiro que encontrei na caixinha.

Enquanto conversávamos, eu me indagava como tal homem, supostamente pobre e analfabeto, conseguiu aquele tanto de dinheiro. Era impossível que fosse trabalhando, pois, qualquer trabalho que ele fosse capaz de fazer, não seria capaz de gerar tanta verba. Mesmo que ele trabalhasse desde os 18 anos sem gastar um real durante todos os meses, não iria conseguir tudo aquilo.

O fato de aquele dinheiro ser guardado em uma caixinha tão simplória e sem cuidado nenhum em relação a segurança do dinheiro, não me surpreendeu, agora que estava praticamente convencida de que aquele, era o dono da tal caixinha.

Após fazer várias perguntas para ter certeza de que ele era mesmo o dono do dinheiro - e ele ter respondido à todas as perguntas sem pensar e corretamente - chegamos a pergunta fatal: "qual é mesmo o seu nome?", perguntei, antes de me levantar para buscar a caixinha e entregá-la ao dono que definitivamente havia me convencido.

Foi quando a minha vista escureceu.